sábado, 1 de março de 2008

Pré-modernismo

Período de abrangência: 1902 a 1922

Período eclético*:

· grupo passadista (parnasianos e simbolistas retardatários)

· grupo renovador (sob variadas linguagens, com predomínio da prosa neo-realista, um conjunto de escritores – sem um projeto comum – tenta olhar para o país de uma forma mais ou menos crítica.

* eclético - mistura de várias tendências.

1. Euclides da Cunha

Os sertões

· Relato sobre a guerra de Canudos travada entre sertanejos fanáticos e soldados do exército;

· A base fatual do relato são as reportagens que E.C. enviou para o jornal durante o confronto.

· A obra se divide – de acordo com as teses deterministas que a delimitam (Taine: meio, raça e momento) em A terra – O homem – A luta.

· As teses cientificistas de E. C. estão mais presentes nas duas primeiras partes da obra.

· Em O homem, o sertanejo é apresentado, simultaneamente, como uma "sub-raça", "raça degenerescida" e como um "forte", um "titã de cobre".

· A luta – parte mais importante – é uma mescla de texto científico, resgate histórico, reportagem jornalística, narrativa romanesca, análise da guerra, denúncia da chacina dos sertanejos e uma profunda interpretação do Brasil.

· A percepção da guerra como tradução da existência de dois Brasis – um civilizado e moderno e outro arcaico e primitivo – dois Brasis sem unidade, sem um núcleo comum, constitui a grande colaboração de E. C. para a consciência dos brasileiros da época a respeito do seu próprio país.

Não esqueça: A linguagem – extraordinariamente elaborada, ornamental, difícil, poética, barroca em suas antíteses, em suas metáforas e em seus paradoxos – é o que confere caráter literário ao texto.

2. Lima Barreto

· Relatos neo-realistas, de estilo simples, mais ou menos desleixados na linguagem.

· Valorização da vida suburbana e das camadas pobres do Rio de Janeiro

· Caricatura dirigida aos poderosos da época (políticos e letrados, em especial)

· Ironia corrosiva ao nacionalismo ufanista

· Denúncia dos preconceitos sociais e de cor (o autor era mulato)

Triste fim de Policarpo Quaresma (Relato centrado em um burocrata visionário, dominado por formulações de nacionalismo ufanista e que, por isso, crê piamente na grandezas convencionais da nação. A narrativa é a da perda progressiva de seus ideais, perseguidos e destroçados pela realidade, como, por exemplo, a sua fracassada experiência agrícola e a sua consciência da brutalidade das elites, após o episódio da Revolta da Armada (1893). Por protestar contra a violência do próprio governo que ajudara a defender, Policarpo Quaresma será preso e fuzilado.)

Recordações do escrivão Isaías Caminha (O jovem mulato Isaías Caminha sai do interior em busca de uma chance no Rio de Janeiro, mas o preconceito de cor impedem-no de alçar-se, restando-lhe apenas um trabalho subalterno num diário da antiga capital federal. No final do romance, furando uma greve dos companheiros, Isaías Caminha acaba virando editor do jornal e depois, pelos bons serviços prestados ao patrão, recebe um cartório de presente e torna-se escrivão ou tabelião, como diríamos hoje.)

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/literatura/

Nenhum comentário: