domingo, 2 de março de 2008

Termos integrantes da oração

1. Complemento nominal

O COMPLEMENTO NOMINAL vem, como dissemos, ligado por preposição ao substantivo, ao adjetivo ou ao advérbio cujo sentido integra ou limita.

Pode ser representado por:

a) substantivo (acompanhado ou não de seus modificadores):
A notícia do rebate falso espalhou-se depressa.
A amizade não é cortada de pressentimentos

b) pronome:
Seria nojo de mim?

c) numeral:
Foi ele o inventor dos e das dez mais.

d) palavra ou expressão substantivada:
E você tem medo daquela maluca?

e) oração:
Tenho certeza de que gosta de mim.

Observações:

1ª) O COMPLEMENTO NOMINAL pode estar integrando o sujeito, o predicativo, o objeto direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto e o vocativo.
2ª) Convém ter presente que o nome cujo sentido o COMPLEMENTO NOMINAL integra corresponde, geralmente, a um verbo transitivo de radical semelhante:
amor da pátria amar a pátria
ódio aos injustos odiar os injustos

2. Complemento verbal

São Complementos Verbais:

1) O Objeto Direto
2) O Objeto Indireto
3) O Predicativo do Objeto
4) O Agente da Passiva

2.1. Objeto direto

É o complemento de um verbo transitivo direto, ou seja, o complemento que normalmente vem ligado ao verbo sem preposição e indica o ser para o qual se dirige a ação verbal.

Pode ser representado por:

a) substantivo:
Passageiros e motoristas atiram moedas.

b) pronome (substantivo):
Os jornais nada publicaram.

c) numeral:
A moça da repartição ganha 450.

d) palavra substantivada:
Tem um quê de inexplicável.

e) oração:
Meu pai dizia que os amigos são para as ocasiões.

2.1.1. Objeto direto preposicionado

1. O OBJETO DIRETO costuma vir regido da preposição a:

a) com os verbos que exprimem sentimentos:
Não amo a ninguém, Pedro.

b) para evitar ambigüidade:
Mamãe bem sabe que ele o estima e respeita como a um pai!

c) quando vem antecipado, como no provérbio:
A homem pobre ninguém roube.

2. O OBJETO DIRETO é obrigatoriamente preposicionado quando expresso por:

a) pronome pessoal oblíquo tônico:
João, o povo, na noite imensa, festeja a ti.

b) pronome relativo quem:
A pessoa a quem amo está ausente.

2.1.2. Objeto direto pleonástico

1. Quando se quer chamar a atenção para o OBJETO DIRETO, costuma-se repeti-lo. É o que se chama OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO. Nele uma das formas é sempre um pronome pessoal átono:
As minhas lições as tomava em casa um professor particular.

2. O OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO pode também ser constituído de um pronome átono e de uma forma pronominal tônica preposicionada:
Um dia esquecera-a, a ela, D. Iris, no teatro e recolhera descuidado a Paissandu.

2.2. Objeto indireto

É o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição.

Pode ser representado por:

a) substantivo:
Falamos de vários assuntos inconfessáveis.

b) pronome (substantivo):
Também dialogava com elas.

c) numeral:
É preciso optar por um
Rosa optou por esta última.

d) palavra ou expressão substantivada:
Mas, -- quem daria dinheiro aos pobres..?

e) oração:
Esquecia-se de que não havia piano em casa.

Observação:

Não vem precedido de preposição o OBJETO INDIRETO representado pelos pronomes pessoais oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes, e pelo reflexivo se.
A vida por aquelas bandas me agradava mais.

2.2.1. Objeto indireto pleonástico

Com a finalidade de realçá-lo, costuma-se repetir o OBJETO INDIRETO. Neste caso, uma das formas é obrigatoriamente um pronome pessoal átono:
Um dia a nós nos coube participar da pantomima como desinteressados palhaços.

2.3. Predicativo do objeto

Tanto o OBJETO DIRETO como o INDIRETO podem ser modificados por PREDICATIVO. O PREDICATIVO DO OBJETO só aparece no predicado VERBO-NOMINAL.

Podem ser expressos por:

a) substantivo:
Uns a nomeiam primavera. Eu lhe chamo estado de espírito.
Na 1ª oração, o substantivo primavera é o predicativo do objeto direto a; na 2ª, estado de espírito é predicativo do objeto indireto lhe.

b) adjetivo:
Achei-a bonita com as duas lágrimas escorrendo pelas faces.

2. Como o PREDICATIVO DO SUJEITO, o DO OBJETO pode vir antecedido de preposição:
Os jornais chamam-na de tradicional.
O vigário já escolheu o Antoninho Pio, filho do coronel, como candidato a Prefeito.

2.4. Agente da passiva

É o complemento que, na voz passiva com auxiliar, designa o ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito.
Este complemento verbal -- normalmente introduzido pela preposição por (ou per) e, algumas vezes, por de -- pode ser representado por:

a) substantivo ou palavra substantivada:
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.

b) pronome:
Foi cercado por todos.

c) numeral:
Tudo quanto os leitores sabem de um e de outro foi ali exposto por ambos.

d) oração:
O elenco era formado por quem soubesse ao menos ler as "partes", velhos, moços, crianças.

2.4.1. Transformação de oração ativa em passiva

1. Quando uma oração contém um verbo constituído com objeto direto, ela pode assumir a forma passiva, mediante as seguintes transformações:

a) o objeto direto passa a ser sujeito;
b) o verbo passa à forma passiva analítica do mesmo tempo e modo;
c) o sujeito converte-se em agente da passiva.

Tomando-se como exemplo a seguinte oração da voz ativa:

A lua domina o mar.
Convertida na voz passiva, teríamos:
O mar é dominado pela lua.

2. Se numa oração da voz ativa o verbo estiver na 3ª pessoa do plural para indicar a indeterminação do sujeito, na transformação passiva cala-se o agente.

Assim:

voz ativa voz passiva
Destruíram o cartaz. O cartaz foi destruído.
Destruíram os cartazes. Os cartazes foram destruídos.

Observações:

1ª ) Cumpre não esquecer que, na passagem de uma oração da voz ativa para a passiva, o agente e o paciente continuam os mesmos; apenas desempenham função sintática diferente.
2ª) Somente orações com objeto direto podem ser apassivadas.

VOZ ATIVA: Ouvimos gritos.
VOZ PASSIVA: Gritos foram ouvidos por nós.

3ª) Na voz ativa o termo que representa o agente é o SUJEITO do verbo; o que representa o paciente é o OBJETO DIRETO. Na voz passiva, o OBJETO (paciente) torna-se o SUJEITO do verbo.
4ª) Omite-se o agente da passiva quando este é ignorado, ou não interessa declará-lo. Tal omissão corresponde, na ativa, ao sujeito indeterminado. Na voz passiva pronominal, não se emprega o agente:
Ouviram-se gritos.

Fonte: 464 Trabalhos Escolares 2º Grau, Técnico e Superior

Nenhum comentário: