
Uma dor de cabeça infernal maltratou o poeta João Cabral de Melo Neto durante meio século. A última vez que calculou, no início da década de 70, tinha tomado perto de 70 mil analgésicos. "A essa altura, a dor não será culpa das pílulas?", perguntavam os amigos. O mistério nunca foi revelado, mas uma cirurgia, em Londres, lhe curou a úlcera de duodeno e, como por encanto, suprimiu também a cefaléia. Ficou o poema Num monumento à aspirina. Pernambucano de São Lourenço da Mata, nasceu a 9 de janeiro de 1920. Detesta ser chamado de poeta porque acha a palavra "efeminada". Odeia música e quase não sai do apartamento onde mora, no Rio de Janeiro, com a esposa, Marly de Oliveira.
A sua poesia está impregnada da infância, quando viajava frequentemente com a família pelo interior do Nordeste. O pai era dono de um engenho de açúcar. Sua obra revela com crueza a seca, a fome e a miséria. Morte e vida severina, transformada em peça de teatro, foi sucesso estrondoso nos anos 60. É um poeta racional, que não aceita a idéia de inspiração. "Impeço tanto quanto posso que o inconsciente governe minha mão." Em 1945, como diplomata, morou na Espanha, onde descobriu algumas paixões que marcariam sua obra: as touradas, a arte flamenca e a cidade de Sevilha.
Hoje, aos 79 anos, sofre de uma degenerescência da retina, que o impede de fazer a única atividade que o agrada: ler. É um hipocondríaco confesso e tem medo de morrer. Embora saiba que escapou da morte severina, aquela que "se morre de velhice antes dos 30, de emboscada antes do 20, de fome um pouco por dia".
VOCÊ SABIA?
Para agradar ao poeta, Chico Buarque "escalou" um jogador do Náutico na Seleção Brasileira, de brincadeira. João Cabral agradeceu a homenagem, com uma ressalva: "Meu time é o América do Recife."
OBRA-PRIMA:
· Pedra do sono (1942)
· O cão sem plumas (1959)
· Morte e vida severina (1956)
· Uma faca só lâmina (1956)
· Quaderna (1960)
· A educação pela pedra (1966)
· Sevilha andando (1993)
Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/literatura/lit16.htm
A sua poesia está impregnada da infância, quando viajava frequentemente com a família pelo interior do Nordeste. O pai era dono de um engenho de açúcar. Sua obra revela com crueza a seca, a fome e a miséria. Morte e vida severina, transformada em peça de teatro, foi sucesso estrondoso nos anos 60. É um poeta racional, que não aceita a idéia de inspiração. "Impeço tanto quanto posso que o inconsciente governe minha mão." Em 1945, como diplomata, morou na Espanha, onde descobriu algumas paixões que marcariam sua obra: as touradas, a arte flamenca e a cidade de Sevilha.
Hoje, aos 79 anos, sofre de uma degenerescência da retina, que o impede de fazer a única atividade que o agrada: ler. É um hipocondríaco confesso e tem medo de morrer. Embora saiba que escapou da morte severina, aquela que "se morre de velhice antes dos 30, de emboscada antes do 20, de fome um pouco por dia".
VOCÊ SABIA?
Para agradar ao poeta, Chico Buarque "escalou" um jogador do Náutico na Seleção Brasileira, de brincadeira. João Cabral agradeceu a homenagem, com uma ressalva: "Meu time é o América do Recife."
OBRA-PRIMA:
· Pedra do sono (1942)
· O cão sem plumas (1959)
· Morte e vida severina (1956)
· Uma faca só lâmina (1956)
· Quaderna (1960)
· A educação pela pedra (1966)
· Sevilha andando (1993)
Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/literatura/lit16.htm
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