terça-feira, 1 de julho de 2008

Gilberto Freyre


Por vontade própria, aos oito anos de idade, Gilberto Freyre ainda não havia se alfabetizado, para desespero de sua aristocrática família nordestina. "Eu fiz finca-pé em não me alfabetizar porque reconhecia em mim um talento para pintar e desenhar. Meus pais achavam que eu era retardado mental", contou o sociólogo. Até que um professor de inglês analisou seus desenhos e avaliou que o garoto era muito inteligente. Ganhou, enfim, a confiança do moleque e o resultado é que ele acabou sendo alfabetizado primeiro em inglês e só depois em português.

Natural do Recife (PE), Freyre nasceu a 15 de março de 1900. Suas idéias a respeito da miscigenação de raças (é considerado o pai da alma mestiça), realçando a contribuição do escravo na formação cultural do Brasil, lhe valeram o rótulo de polêmico. Embora muitos elogiem sua originalidade, Freyre foi acusado de defender certa acomodação dos conflitos sociais. Cientista social, escritor e deputado na Constituinte de 1946, Freyre deixou 63 livros, incluindo Casa grande e senzala (1933), até hoje considerado um dos retratos mais exuberantes da formação étnica do Brasil. Morreu a 18 de julho de 1987. "Ele seduzia pela originalidade e o estilo saboroso com que defendia suas idéias", contou a ISTOÉ o advogado Edson Nery da Fonseca, 77 anos, amigo do sociólogo desde a década de 20. Freyre se casou, aos 41 anos, com a nadadora Madalena, 20 anos mais jovem. "Temia que, na noite de núpcias, ela o tratasse como pai. Para seu espanto, ela o chamou de 'meu filho'", diz Fonseca.

VOCÊ SABIA?
Nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e progresso, de 793 páginas.

OBRA-PRIMA:
· Casa grande e senzala (1933)
· Sobrados e mocambos (1936)
· Açúcar (1939)
· Uma cultura ameaçada: a luso-brasileira (1940)
· Ordem e progresso (1959)

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/literatura/lit18.htm

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